Lula Cavalcanti
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A Bela e o Baio

Lula Cavalcanti


Numa feira de domingo
Lá perto de Campo Lindo, nas bandas de Farroupilha
Tava eu ali vagando e vi um homem se chegando
Junto trazia a família
Saltaram bem do meu lado, de um belo carro importado
Ele, a mulher e a filha
Uma moça tão bonita
que eu jurei as minhas vistas jamais viu tal maravilha
E no repente do embalo, eu apiei do meu cavalo
E dei a mão a bela flor
Enquanto o povo corria
pra ver meu Baio Marília e conhecer o Doutor

Meu cavalo era um sucesso, cortejado em excesso
Por toda essa região
Onde quer que eu chegasse
Não tinha quem não comentasse, lá vem vindo o campeão
Se eu falasse em negócio, aparecia logo um sócio
Com o dinheiro na mão
E na ocasião ali
foi assim que eu conheci o pai daquela aparição
Que se virou para o meu lado, com o olhar enfeitiçado
Como eu nunca vi igual
E num gesto delicado
propôs seu carro importado em troca do meu animal

Logo vi que o forasteiro, era um rico fazendeiro
E tinha tudo o que queria
E eu pobre boiadeiro, só tinha meu companheiro
Meu cavalo Baio Marília
Enquanto o homem falava, meu pensamento vagava
Longe daquela euforia
Meu olhar tava distante, num sentimento constante
Pela moça sua filha
Mas quando eu dei por mim
resolvi por logo um fim naquela situação
Tanto luxo e vaidade
pra comprar minha amizade e me tirar o garanhão

Então me virei pro moço, num jeito muito assuntoso
E disse naquele momento
Que negócio eu faria, mas em troca eu queria
A mão da moça em casamento
O homem se revoltou
minha proposta encarou como ofensa o atrevimento
E no mais ficou marcado o caso por encerrado
Sem qualquer entendimento
Mas é como eu sempre digo
seja pro pobre ou pro rico, seja o motivo qualquer
Mesmo com dinheiro e sorte, nessa vida não se pode
Ter de tudo o que se quer

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