O trem de ferro quando escuto o seu apito
Me representa o grito de um menino agonizando
Vem a tristeza me deixou tão abatido
Com o meu coração ferido sem querê fiquei chorando

Um dia triste que chegou minha vizinha
Diz que lá em cima da linha o trem tinha atropelado
Era um menino de dois ano mais ou menos
Pelo que estava dizendo era meu filho adorado

Fiquei tristonho sem podê acreditá
O que eu ia contá mais um caso se dado
Ao chegá perto lá da porta da estação
Vi debaixo de um vagão o meu filhinho, coitado

(“Voltei pra casa tremendo com as lágrimas correndo
Sem querer chorei de dor
Só um filhinho que eu tinha, que alegra sua mãezinha
Para sempre Deus levou”)

Trem assassino vou-me embora pro deserto
Lá não ouve mais de perto baruio do seu furor
Só peço à Deus que abençoe o meu filhinho
E reserve um cantinho que um dia eu também vou

(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)