Eram cinco da manhã

um seminarista, um trabalhador

mil papéis solvência

não lhes dá para ser sinceros

Eram sete da manhã

e um por um no matadouro

como cada um tem o seu preço

visto à procura de um sonho

(Bairorá, Larala...)

O sol queima-los envolvidos, ugh!

uma forma de consolo

com uma foto de dois por quatro

derretendo no silêncio

Eram nove da manhã

Santo domingo, 8 de janeiro

com a paciência que se acaba

porque não há nenhum visto para um sonho

Oh! oh

Procurando visto para um sonho

procurando visto para um sonho

Procurando visto de cimento e cal

e no asfalto quem eu vou encontrar

Procurando visto para um sonho (oh!)

procurando visto para um sonho

Procurando visto, a razão de ser

Procurando visto para nunca mais voltar

Procurando visto para um sonho (oh!)

Procurando visto para um sonho

Procurando visto, a necessidade

procurando visto, que raiva me dá

procurando visto, poder bater

procurando visto, o que mais eu posso fazer

Procurando visto, para naufragar

à procura de vistos, a carne do mar

visto olhando, a razão de ser

à procura de vistos, para nunca mais voltar