Joca Martins
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Milongão da Gineteada

Joca Martins


MILONGÃO DA GINETEADA

Se amanheço mal dormido reinando e de bofe azedo
Viro o mate, quebro a cuia, saio coiceando o cusquedo
Acordo quem tá dormindo co´s gritos da guaipecada
Faço um tendéu na mangueira dando pau na matungada

Ao adentrar na mangueira uma zebua me atropela
Esfiapo um toco de trama batendo nos corno dela
É vaca, cavalo e “home” disputando o mesmo espaço
Até minha sombra se esconde de medo de entrar pra o laço

Meto o bocal no sebruno que dos mau esse é o pior
“Cheguemo” lá no palanque os dois lavados de suor
A gineteada é um bailongo e a minha espora faz floreio
Sonho que tô no fandango co´as muchachas do rodeio

Mas há! Gineteada linda! É relincho de potro, é bufo e mangaço, tinir de espora
Mas há! Gineteada linda! Eu vou lá na grimpa, onde a curucaca mora
Mas há! Gineteada linda! É relincho de potro, é bufo e mangaço, tinir de espora
O pala atirei pra trás, a alma entreguei no más pra nossa senhora!

Saímos eu e o sebruno achatando os “macegal”
Eu proseando e ajeitando pra não judiá do animal
Destrato, chamo de podre, carne pros “corvo” no inferno
Golpe, grito e manotaço, chego a embarrar o meu terno

Depois voltemo pra estância os dois com cara de mau
Eu amolentado a golpe e ele encouraçado a pau
Apeio diante o galpão saco o recal e dou-lhe um banho
Para que nunca me esqueça passo salmoura nos lanho

Deixo no más um recado pra evitar algum enredo
Nem chegue perto de mim quando estou de bofe azedo
Vou golpear-lhe uma nos “quexo”, bota aí na minha fatura
Que a changa tá garantida na cancha da ferradura.

Composição: Elton Saldanha

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