Alteio a minha fantasia para te descobrir E visito sombras na imensidão do espaço O tempo foge no vasto azul do provir E é ai que flutuo nessa ria de sargaço
Estás tão longe... para lá das vagas Que ao evocar o teu nome, só num lamento Golpeio-o nas lâminas das minhas adagas Que cortam o vento, chiando em tormento
Laceram-se-me as pupilas, como um sílex Limpo, rijo, numa aspereza tão forte Que a zoada do vento... esconde a Fénix Linda e secreta que há nessa sorte
Agora que o tempo me parece escasso Nada antevejo do escuro desses olhos Nem peco, nem animo nesse regaço E só... tão-somente...sonho esses folhos!
Amassa-se-me a alma desta colossal realidade Ah! Mas tu moras para lá da Sorte! És tu que não vens, conter esta saudade Sem rasgos de ternura que em ti eu conforte
Moras tão longe do meu pacato burgo Mas perto, tão perto! Que me estás cá dentro Aqui onde fervilho na seiva com que me purgo E nestas poesias em que me concentro
São rimas distas por esta desonesta solidão Cheias de vocábulos amargos e frenéticos Em que sobressaem razões do coração Conjugando estes pensamentos poéticos
Mas acredito que os Deuses não dormitam Nem a sorte se esconderá muito mais Pois que de tantos amargores já me irritam Quero ser feliz. Já chega de lamentos e ais