Porque será que continuo abrindo a alma? Matizando a áurea do ânimo com desejos Porque teimo em amar só quem me acalma Porque dos seus lábios, nascem beijos!
Berro aos ventos com os sentidos despertos E pinto na aguarela do meu sonho emoções. E no espírito destas tormentas faço acertos Na ânsia de que me levem as desilusões
Deixo assim que as rajadas afastem mais Todas as mágoas dum amor quase desfeito E dos meus lábios, nascem beijos como ais Gritos de uma vida sem ti, me abrindo o peito
Esta distancia que separa o som desigual Como o do ferir das ondas nas fragas De uma presença que és tu no areal Contando a gesta dos teus medos e sagas
Conta antes uma história bela e amorosa Dessa boca em gestos sentidos na magia Dum por do sol escrito com linhas de prosa Não sei porque choro, será da alegria…
É que para mim são beijos, esses na alma São gritos ao vento de lágrimas de sal Insisto assim sulcando mares na calma Desta borrasca louca, numa cantilena irreal
Porque sonho e desejo, não sei, é possessão Como os versos que eu rabisco aqui… Completam-me em alguém em comunhão Desta canção de amor que tenho em ti
Mas vou até que um dia, um dia esta canção Será balada, com letra de sonho e harmonia Quando as palavras escorrerem das mãos Qual areia fina, que o sol queima de dia