João Luiz Corrêa

Touro Pintado

João Luiz Corrêa


Não tinha cerca nem brete
Que segurasse o malvado
E nem laço que cerrasse
No tal de touro pintado

Tinha peão que dava fumo
Pra pitar mais de um ano e meio
Como um pedido de auxílio
Pro Negro do Pastoreio

Nunca acreditei em bruxa
Em lobisomem não creio
Meti meus caco num mouro
Me entreverei no rodeio

Levei aquele meu cusco
De tirar vaca do mato
E fiz o bicho alça a cola
Berrando um quarenta e quatro

Cerrei espora no mouro
Peneirando o doze braça
Que fez um zum no espaço
E o touro dobrou a carcaça

Vi dois estouro e dois tombo
E o meu laço rebentou
O cusco ficou emprensado
E o mouro se desnucou


REFRÃO
Touro...touro...touro
Touro pintado
Até o neto do teu neto
Vai sofrer por teu pecado !


Abri a perna e gritei
Levaste a breca boludo
Livrei a maça do peito
E enterrei com cabo e tudo

Deixei o facão tremendo
No peito duro do touro
Me benzi e fiz uma prece
Pra alma do pingo mouro

Ergui o PINTADO da cola
Pra salvar meu cusco amigo
Que hoje rengo e sem dente
Segue juntito comigo

Hoje só resta a lembrança
Nas noites de solidão
Morreram o touro e o pingo
E eu continuo de peão!

Cerrei espora no mouro
Peneirando o doze braça
Que fez um ZUM no espaço
E o touro dobrou a carcaça

Vi dois estouro e dois tombo
E o meu laço rebentou
O cusco ficou emprensado
E o mouro se desnucou

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