Jari Terres
Página inicial > J > Jari Terres > Coplas Para Um Galpão

Coplas Para Um Galpão

Jari Terres


Estes cernes consumidos,
Em tua alma de brazedo
Por certo guardam segredos,
No centro das inverneiras,
De repassar as basteiras,
Retovando o garrerio
Principiando o assobio,
De uma milonga galponeira...

Quem tem lembranças guardadas como um regalo
De um tempo lindo, quando tudo era estância
Cruzar querência sobre o lombo do cavalo
E por instinto ter o tempo e a distância.

Rever as garras penduradas no galpão
Chiar de tição, nos respingos da cambona
Sentir o gosto dessa xucra infusão
Bebendo acordes de guitarras redomonas.

Galpão de estância, marca viva do meu mundo
Cheiro de garras e pingos suados da lida
Cantiga tosca do estralar dos gravetos
Ar de sereno, com carqueja ressequida.

É a minha cantiga das crenças
De um payador de ofício
Mescla de guitarra e vício.
És meu galpão centenário
Que por certo foi o cenário
De improvisos e vaidades
No bordonear de ansiedades
De algum poeta visionário.

Quando o soluço do inverno abre o poncho
Ou mormaceando o verão trás as soalheiras
Tua tranqueira de saludo abraça a gente
Ilha quinchada, num mar verde sem bandeira.

Testemunho da raça dos potreadores
Que no teu chão conceberam bruxarias
Benzer a cisma num lampejo de aurora
E atar espora, antes do clarear do dia.

Composição: Severino Moreira, Xiru Antunes e Jari Terres

Letra enviada por Severino Rudes dos Santos Moreira

Encontrou algum erro na letra? Por favor, envie uma correção >

Compartilhe
esta música

Ouça estações relacionadas a Jari Terres no Vagalume.FM

Mais tocadas de Jari Terres

ESTAÇÕES
ARTISTAS RELACIONADOS