Lá... Onde o leite me levanta do leito, Menino precoce não tem preconceito, De ordenhar o gado de calo na mão. Mesma mão, Que faz zabumba bater em descompasso, Que compassa o vaqueiro pra acertar o laço, Que enlaça Maria em noites de São João.
Lá... Onde o galo anuncia o dia, Cigarra e passarinho fazem sinfonia, Na trilha sonora dessa ficção, Fique são, Pra assistir a fantasia de um pé de serra, Cantando em verso e poesia, As coisas da terra, Plantando alegria e colhendo emoção.
Pois é Lá, Onde onde o lar se faz só, E o sol se faz lar, Onde fora o meu forró... Lá, Onde o Lá, Si, Fá, Sol, E o Sol, Si, Fa, Lá, Ele canta...
Lá, Onde o cipó é minha espada, E a cruz na parede, minha fé armada, Combatem os males que secam meu chão, Mesmo chão, Que no arrasta-pé, levanta poeira, Que faz boteco de feira virar gafieira, Ao som do xote xaxado recheado de baião.
Lá, Onde posse passado vira codinome, O nome dos meus pais são o meu sobrenome, Sou Toin de Maria de Zé do Caminhão, Caminhão, De Pau-de-arara onde pego carona, Ao som do Rei Luiz Gonzaga ditando a sanfona, Recordações do passado em cada refrão.