Ela era sempre a primeira estrela Do desfile da bienal Câmaras e fleches se posicionavam sempre sobre ela, Ela tinha o caminhar de um malabarista O passo desejado por olheiros de estilistas Tinha um biótipo de modelo internacional. Começou fotografando Pra um pequeno folhetim colegial Depois foi atriz quadjuvante De um curta metragem em Cannes, Sempre quis seguir o mundo feshion da costura Ela era craque em esbanjar tanta postura Trazendo na mala um tão modesto Ensino fundamental.
Ela tinha a dose certa de humor Que é próprio dos artistas Desfilava como quem passeia sobre cortes de cetim Era festejada quando as luzes Lhe mostravam a passarela E ela, bela como nunca, sabia mostrar as coleções, E assim o mundo conheceu madame Susy Cavalera A menina que veio da fazenda lá do interior do sul Que teve os tablados de Madri, Roma e Bruxela Sob os saltos Que parou de ser moda e ser notícia Por algo particular.
Conheceu num café de París um belo moço escandinavo Que lhe ofereceu flores londrinas De um florista que passava, Disse ser ator e que brilhava no cinema Que lá em Holliwood sempre era a grande cena Fazendo a mocinha, toda por ele se apaixonar. E partiram rumo ao estrelato tão prometido por ele O cinema era a grande paixão da bela moça lá do sul Mas o tempo foi passando E Susy tão sutil foi descobrindo Que o escandinavo já não era exatamente quem falou. Percebendo a trama, Susy partiu no vôo das quatorze horas Deixando pra trás o belo moço Tão canalha e tão gentil Ressentida com a vida, Susy pretendia ser agora Sucesso e notícia novamente No coração do Brasil.