GINETE DE RODEIO - Vaneirão

Dei-lhe um grito pro patrão
Dele boca pro ventena
Ajeitei bem a melena
Tapeie o chapéu na testa
Com olhar de quem não presta
Berrava o macho no tronco
E eu me faço de nulanco
Quando um bagual me contesta

Pra bagual corcoveador
A receita é espora e o mango
Num compasso de fandango
Dois por um bem compassado
Quando vamo pro alambrado
Cravo as puas nas paletas
E a marca das minhas rosetas
No lombo dos aporreados

Coisa linda que eu acho
É ouvir o grito da torcida
E o narrador quando vibra
Com seus versos improvisados
E o bicho por retovado
Espatifa os arreios
Não costumo a fazer feio
Nos rodeios do meu pago

Essa é a minha sina
Ser ginete de rodeio
Tenho a alma de campeiro
Arisco a sorte por nada
Nas estâncias é minha morada
Jeito de taura teatino
É por conta do destino
Que eu levo a vida flauteada