Francisco Petrônio

Rancho Fundo

Francisco Petrônio


No rancho fundo, bem pra lá do fim do mundo
Onde a dor e a saudade contam coisas da cidade,
No rancho fundo, de olhar triste, profundo
Um moreno canta as mágoas tenho os olhos rasos dágua

Pobre moreno, que de tarde, no sereno
Espera a lua no terreiro tendo um cigarro por
companheiro
Sem um aceno, ele pega da viola e a lua, por esmola
Vem pro quintal desse moreno

No rancho fundo, bem pra lá do fim do mundo
Nunca mais houve alegria, nem de noite, nem de dia
Os arvoredos já não contam mais segredos
E a última palmeira já morreu na cordilheira

Os passarinhos internaram-se nos ninhos
De tão triste, esta tristeza enche de trevas a
natureza
Tudo porque, só por causa do moreno
Que era grande, hoje é pequeno para uma casa de sapé

Se Deus soubesse da tristeza lá na serra
Mandaria lá pra cima todo amor que há na Terra
Porque o moreno vive louco de saudade
Só por causa do veneno das mulheres da cidade

Ele que era o cantor da primavera
Que até fez do rancho fundo o céu maior que tem no
mundo
O sol queimando, se uma flor lá desabrocha,
A montanha vai gelando, lembrando o aroma da cabrocha

Composição: Ary Barroso e Lamartine Babo

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