Eu pinto a escória com um pincel de xadrez Tentando enxergar sem me dopar outra vez E na selva dos olhos, o cego já nunca mais Tenta ouvir pra ver se satisfaz
Um dia ele acorda pra o mundo mudar O outro pedindo pra de lá o tirar Escuta as pedras a bater em seu copo Cheio de uisque, melancolia e desgosto
Sem nada ver segue além do que se pode tocar...
Estive aqui sem saber aonde estou E para, se já não fui ou quem sabe não sou Em silêncio eu vou, cabisbaixo esperando Por quem sabe um dia venha a descansar
O resto do dia senta e pensa andar E que entre os outros possa vir a interar Ele sonha consigo uma única vez Sorrindo e fingindo ser pra sempre talvez
As almas circulam cortejando a dor Vendo a morte celebrar com fervor Aguardo o momento sempre certo e exato Em que finalmente, logo assim igualados
Sem nada ver segue além do que se pode tocar...
Estive aqui sem saber aonde estou E para, se já não fui ou quem sabe não sou Em silêncio eu vou, cabisbaixo esperando Por quem sabe um dia venha a descansar
Sigo calado serpenteando o destino Querendo falar sabendo não ser ouvido As dunas variam na direção da areia Da mesma forma que o xadrez me golpeia