Dalva de Oliveira

Saudade

Dalva de Oliveira

Dalva de Oliveira (1961)


saudade
não está
e se bem diz
que fere mas não deixa cicatriz
saudade, doce bem que nos tortura
e ao coração maltrata com doçura
saudade
que me trouxe aqui
saudade
de beijar a ti
saudade
de uma era passada
do tempo
em que eu fui amada
saudade
de rever os meus
saudade
dos sorrisos teus
saudade
quem é que não tem?
só mesmo alguém
que nunca quis bem
se habita lá distante o nosso amor
nossa alma vai murchando como flor
vivendo quer no campo, ou na cidade
se sofre a angústia imensa da saudade
mas quando
desse amor
nos apossamos
os dias correm, voam,
jubilamos
se o lar for infeliz
então teremos
saudade
das saudades que tivemos
saudade
de rever os meus
saudade
dos sorrisos teus
saudade
quem é que não tem?
só mesmo alguém
que nunca quis bem

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