Donzela: Cavaleiro Enluarado, De onde vens que não se chega? De que terras traz, partida, Coração sujo de estrada? Vem clareia nos meus braços Que quero sonhar contigo. Me dizes qual o teu nome E serei de ti amada.
Cavaleiro: Donzela, sou a lua nova No sertão a clarear. Sou pó, poeira, estrada. Sou nuvem de ver passar. Sou fogo de terra ardendo, sereno cor de cantar. Quando ando sou Tirana. } Quando amo sou luar. } bis
Donzela: E que queres, cavaleiro, Em terras de Bem Amar?
Cavaleiro: Ando atrás de ti, donzela, A mando do meu sonhar.
Donzela: Anda. Conta-me as caídas Que encontrou no caminhar.
Cavaleiro: São bem poucas pra quem ama. Não merece nem contar.
Donzela: Meu reino é bem guardado } Por caminhos de adivinhar. } Quero só, de ti, saber: } bis Como conseguiste entrar? }
Cavaleiro: Foi o vento do querer Que me deu a montaria E que me trouxe a teu morar.
Donzela: Então venceste o meu encanto E, de ti, serei amada. Pois amor pra ser verdade Tem que ter muito lutar.
Cavaleiro: Que seja como a madrugada, } Que pra cada cavaleiro } bis Dá uma estrela de guiar. }