Caju & Castanha
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O Pobre e o Rico

Caju & Castanha

Professor de Embolada


O rico é quem come tudo
Tudo que quer ele come
Mas o pobre que trabalha
Ganha pouco e passa fome

Rico come caviar
come picanha filé
Na vida o rico tem tudo
E come tudo que quer
Onde o rico bota o dedo
o pobre não bota o pé

O pobre come bolacha
tripa de porco e sardinha
Farofa de jerimum bucho de boi com farinha
Come cuscuz com manteiga
E batata com passarinha

O rico leva a família
para o salão de beleza
Manda cortar o cabelo
E na pele faz limpeza
E a filha volta tão linda
que parece uma princesa

O pobre leva a família
num salão barato e fraco
Manda raspar a cabeça
E o cabelo do sovaco
E o filho fica igualmente
um filhote de macaco

o rico quando adoece
Vai pro melhor hospital
No outro dia seu nome
sai na pagina do jornal
Dizendo que o danado
já não tá passando mal

E o pobre quando adoece
é feliz quando ele escapa
E quando tá internado
a comida é pão e papa
Se gemer muito de noite
O café que vem é tapa

o filho do homem rico
tem uma vida bacana
Seu papai paga os estudos
E no final de semana
Ele sai com sua gata
pra passear de Santana

O filho do homem pobre
vai passear de jumento
Bota a nega na garupa
sai correndo contra o vento
Quando o jegue dá um pulo
Bota a bunda no cimento

a mulher do homem rico
se vai pra maternidade
Dá a luz de um menino
falo com sinceridade
Ganha milhões de presente
da alta sociedade

A mulher do homem pobre
Quando ela vai descansar
O presente que ela ganha
é bolacha e guaraná
E uma bala de chupeta
que é pra o guri chupar

a mulher do rico
sai num sapato bom de couro
Cabelo bem penteado
brinco que vale um tesouro
Pulseira e colar de prata
Relógio e cordão de ouro

A mulher do pobrezinho
Só anda sem gabarito
O cabelo é assanhado
o casaco é esquisito
E a saia tem mais buraco
que tábua de pirulito

filha de rico se forma
pra trabalhar em cartório
Gabinete especial
telefone e escritório
Engenheira e medicina
Exame e laboratório

A filha do pobrezinho
fica velha sem leitura
Quando aparece um emprego
É na rua da amargura
Pra jogar tambor de lixo
no carro da prefeitura

o filho do homem rico
só toma banho no chuveiro
Uma caixa de sabonete
dois três perfume estrangeiro
Cada banho é uma roupa
E cada perfuma é um cheiro

O filho do pobrezinho
só se molha no açude
Não pode ver empregada
Que ele esfrega e lhe ajuda
E os pescoço e as costelas
têm quase um baú de grude

a filha do homem rico
se arranja um namorado
Ele vai pra casa dela
Num carro novo zerado
Pois é filha de doutor
de prefeito ou deputado

A filha do pobrezinho
quando arranja um mané
Ela diz meu pai é rico
E o povo sabe quem é
É um que vende pipoca
na porta do cabaré


a filha do rico vai fazer curso no Japão
Na Grécia na Argentina até Afeganistão
Porque a filha de rico só viaja de avião

A filha do pobrezinho
no interior grosseiro
Passa quatro cinco dias
olhando um livro primeiro
Engasgada na fumaça
No farol do candeeiro

Composição: Pinto/Rouxinol

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