Bruno e Marrone

Meu Endereço

Bruno e Marrone


Eu vou lhe dar o endereço de onde moro
Será meu gosto se você me visitar
Pelo caminho onde a jurite passeia
Mais ou menos légua e meia
É ali o meu lugar

O sol penetra entre as folhas da candeira
Vai formando na areia mil desenhos pelo chão
E logo adiante, quando clarear o mato
Pode tirar o sapato
Pra passar o ribeirão

Meu endereço não tem rua asfaltada
Não tem farol de parada, nem tão pouco contra mão
É a lua branca o farol da avenida
Clareando a estrada batida que existe no meu sertão

A grama verde é o tapete da chegada
O gado manso cuminando no curral
O vento agita a copada da palmeira
Como se fosse bandeira hasteada em meu quintal

Não bata forte quando passar à porteira
Que a pancada da madeira machuca meu coração
Lembra a batida que alguém deu na despedida
Fazendo da minha vida morada da solidão

Meu endereço não tem rua asfaltada
Não tem farol de parada nem tão pouco contra mão
É a lua branca o farol da avenida
Clareando a estrada batida que existe no meu sertão

Composição: Sidney Cerrado

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