Olhe para mim, agora eu não sangro mais

Minhas mil feridas recentes

enquanto a vida goteja para longe

um sorriso sobre meus lábios

Cortando, fatiando, talhando

a lâmina desliza para dentro de mim

sangue morno correndo

deixando meu corpo

Convulsões despedaçam meus membros com cortes

eu agora começo a sentir o frio

o sorriso permanece em meus lábios

porque da mesma forma que eu morro, eu mato

Visão em carmesim, inspiração

agora é hora de colocar tinta em minha caneta

e de convocar minha última força

para escrever meu requiem

Coberto com meu próprio sangue

palavras e música vêm a mim

agora mais morto do que vivo

eu componho em harmonia

Meu sangue faz anotações no papel

espirrou para cima e para baixo as linhas

criativo, mesmo na morte