Baba de Cobra
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Peça Estranha

Baba de Cobra


Levantei em tempo presente
Que amiúde se desdobra em dois.
Ajustei claro em minha mente
O que não se deixa pra depois.
Parei para ouvir do dia
Sua música experimental.
Gozei doce enquanto eu lia
Fragmentos de explosão verbal.

Avistei nuvens e foguetes
De traçados quase angelicais.
Desmontei um ou dois macetes
Pra entender de coisas maquinais.
Lambuzei a cara com sorvetes
Entre exaltações sensoriais.
Enfrentei pedras e porretes
Como fossem fatos naturais.

E eu meio que não faço caso,
Tem mais do que eu vi em sombras de mil tensões,
E ao meio nunca me reparto,
Brincando de ler entranhas de mil canções.

E eis-me aqui neste degredo
De toda coerência,
E aqui não há segredo,
Só bruta experiência
Eis aqui este degredo
De toda coerência,
E aqui não há segredo
Nem visos de ciência

Aplaudi vendo bem de perto
A mosquinha azul em plena ação.
Redigi breve manifesto
Pela sua divinização.
Caí na toca da aranha
Me expandindo entre suas projeções.
Pari essa peça estranha
Martelada entre os meus botões.

Composição: Fernando Hipólide

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