Anti-Sistema
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Muleque Do Morro

Anti-Sistema


Eu tô na minha quebrada
Canalha vem de farda
Eu sou do jardim jade
Não pago pau pra canalha
Ando suavemente
Jaco da independente
Respeito os outros times
Mas quem comanda é a gente
Eu tô na contenção
Revolver na minha mão
Moleque de quinze anos
Tá morrendo de montão
Mas eu não entendi
Tive até uma visão
Político quando roba
Não vai parar na prisão
O sistema é uma merda
Moleque fuma pedra
Policia quando chega
O ponha a culpa na favela é
O ponha a culpa na favela oh

Refrão

Olha o moleque do morro segura um doze
Se sabe bem eu sei que o crime não compensa (2x)

Quando tromba a viatura
O chicote estrala
Na madrugada o mais ligeiro
Do bote escapa
Muquiavam a mercadoria
Saiam correndo que nem bala pegava
Porque se não no outro dia
Era encontrado na vala
Fingiam ir embora
E retornavam de novo
Rindo mais assustado
Olhando para um lado e para o outro
Era buxixo pra cá
E zoio arregalado
Pois quem contrata monstro
É servente do diabo
Outro dia eu vi uma cena
Que me chocou na esquina
Bateram no moleque
Pediram até propina
Eu já não sei mas em quem confiar
Na policia ou no ladrão
Quem vai nos ajudar
Eu só peço a Deus
Que me ajuda e me conduz
Me mostrando a verdade
Me conduzindo a luz
A luz eterna a luz divina
Há há há

Refrão

Olha o moleque do morro segura um doze
Se sabe bem eu sei que o crime não compensa (2x)

O moleque era louco
E tinha disposição
Matava mais que o bin laden
Com bombas no afeganistão
Quando matava um
Ele era criterioso
Com uma faca mapeava
Por todo o corpo
Pedaços pra todo lado
Só interessava o pescoço
Pôs em prova sua maldade
No meio da malandragem
Com um revolver na mão
Mostrou toda sua coragem
Disposição pra dar e vender
Era o que o moleque tinha
Ainda mais no moio
Quando ficava bem louco de farinha
Deu pra dar volta no barraco
Mandava tiro pro alto
Gritando e batendo no peito
Eu sou pior que o diabo
Tinha gênio do cão
A vida jogada no chão
La na favela tinha o respeito
De toda população
A sua foto encapava
O livro preto da escola
De medo os professores
Davam aula de pistola
Assustava os doentes
Na u.t.I do hospital
Nos arrombados da policia
Deu pra arrebentar no pau
Com as mãos descontroladas
Bufando louco de raiva
Com a vida loka que ostentava
Somente a cocaína te confortava

Refrão

Olha o moleque do morro segura um doze
Se sabe bem eu sei que o crime não compensa (2x)

Sua mãe já sabia
Que logo ele iria partir
Porque o crime não dá camisa
Mas o paletó ele iria vestir
Não tenha medo do que você
Está prestes a sofrer
A viver no fogo eterno
Eu não queria isso pra você
Mas ele virou as costas
E correu pra batalha
Na madrugada os vizinhos
Só escutam as rajadas
Um vizinho abre a porta
E se depara com o corpo no chão
Aquele pobre moleque
Que se jogou no crime de coração
Sua mãe abre a janela
E olha aquela multidão
Avista o corpo de seu menino
Debruçado ali no chão
A pobre mulher olha pro céu
E conversa com Deus
Ele era só uma criança
O senhor levou ele porque não eu
Ela sai correndo e abraça
O filho ensopado de sangue
Então começa a passar mau
E desmaia naquele instante
O enterro foi triste
Com caixão lacrado
Porque ele estava irreconhecível
Com o rosto desfigurado
A revolta na cara da população
Na brutalidade da policia
Não precisava daquilo não
Chocaram até a pericia
Arrebentaram a sua cara
Arrancaram seus órgãos internos
Será que estamos na terra
Ou condenados ao inferno

Refrão

Olha o moleque do morro segura um doze
Se sabe bem eu sei que o crime não compensa (2x)

Composição: Vévinho, Caio e Diego

Letra enviada por Anti Sistema

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