Alfredo Reis
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Como Um Solitário Boto

Alfredo Reis


Quando as águas retirantes
partem pro mar,
rios em rios indo migrantes
por me deixar,
com a solidão das pedras,
minha dor, pelo mangal
a lua minguante
minguando meu mal
Como um solitário boto
vagando ao léu
no rastro da estrela do norte
no céu,
arde um amor apaziguado
sangrando dos esporões
de uma vil saudade
dos meus estirões,
Soure, Salvaterra e Breves
meu Gurupá,
certamente que a vida
começa lá
margearam a minha infância
das cuias de açaí
pororocando a vida por vir
tapuio do Baixo Ararari
da paz de Almerim
da foz do Madeira
lançantes marés abriguei
banzeiros do mar
cunhãs de Vigia
voam os guarás nas ilhargas
das manhãs do Caeté
eu de bubuia a lembrança
das encostas de Alenquer
ganhando essas ilhas e várzeas,
aningás, tajás, baixões do Amazonas
veredas, brenhas do teu cio
na calma do rio, que morre
e deslonga
irei te alongar nas correntes
das nascentes, do querer
pelas manhãs paraoaras
desnudar-me e reviver,
pelas manhãs paraoaras
desnudar-me e reviver

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